Em 2013 completamos 20 anos do curso de jornalismo da UFS. Um
dos três cursos criados em 1993, quando eram apenas três os professores
efetivos e o único que permanece em atividade (o de Radialismo transformou-se
em audiovisual e o de Artes tornou-se Artes Visuais) tem sua história calcada
na determinação de alunos e professores que insistiram em lutar contra as
dificuldades que se apresentavam, trabalhando num projeto coletivo para o qual
não medíamos esforços. Criado no âmbito do departamento de Letras, autoria do
Prof. Dr. Antonio Ponciano Bezerra, o curso consistiu-se num divisor de águas na formação de
jornalistas para o Estado. Em 1998 foi considerado o segundo melhor
curso do Brasil, num momento em que as máquinas de escrever ainda conviviam com
três computadores antigos e sem internet e nos revezávamos para cobrir a oferta
de um curso que funcionava em período integral, apostando que a construção de
uma sólida base teórica poderia compensar a nossa precária infraestrutura. Deu
certo. A luta para a reorganização dos cursos, em desacordo com as diretrizes
curriculares, para o reconhecimento, a formação de um departamento, a busca de
espaço para funcionamento, a qualificação dos docentes, a montagem de
laboratórios e a abertura de vagas para concurso docente foi hercúlea. Em 1996
formou-se a primeira turma, ou melhor, tivemos um primeiro formando, o
brilhante André Viana, e apenas,
em 1997, conseguimos somar dez professores efetivos para os três cursos,
um milagre que tenhamos sobrevivido com tão poucos braços e algumas cabeças. O
primeiro jornal laboratório, o "Bonde Zero", surgiu em dezembro de 1993, após um
curso de Diagramação Jornalística, ministrado pelo Prof. Dr. José Coelho
Sobrinho/ USP, iniciativa de Franciscato, com o "número zero" saindo
em 1994. Nas mãos dos professores Franciscato e Josenildo e, também, do Prof. Dr. Ênio
Moraes Junior, que teve importante papel na reformulação gráfica do "Bonde"
e na criação do "Bonde Mais", versão on-line, chegamos ao formato do
atual "Contexto". Em meio a grande ocupação burocrática que nos
obrigava a realizar reuniões praticamente todos os dias e a sobrecarga com a
preparação de várias e novas disciplinas a cada semestre, a
preocupação com o jornal laboratório esteve sempre na pauta de nossas
discussões e não foram poucas vezes em que nos cotizamos para comprar cartuchos
ou ajudar na impressão, na certeza de que sem um jornal laboratório a formação
não seria completa. Embora veículo
oficial do curso, o "Contexto" continua enfrentando as mazelas da
administração pública, debatendo-se com a lentidão de licitações e as
dificuldades inerentes de uma publicação dessa natureza, que preza por
manter-se independente de financiamentos externos, patrocínios e publicidade, e
opta pela qualidade como vetor central. A
recente consolidação do corpo docente e a inauguração do novo prédio dão
indícios de que o "Contexto" deve entrar numa nova era e inserir-se
nos formatos pelos quais
o jornalismo assume diante das novas tecnologias. Quem sabe com um app e uma versão para mobile devices que amplie as
possibilidades de experimentação, como requer um jornal laboratório.